De estagiário a CEO: empresas começam a treinar hoje os líderes do futuro


Para evitar uma crise de falta de talentos, cada vez mais organizações buscam identificar quais colaboradores têm maior potencial para se tornar um líder competente

Muito se fala em traçar um plano de carreira para o profissional que acaba de se formar ou entrou em uma grande empresa, mas são poucas as pessoas que de fato conseguem sair de um estágio ou funções de níveis operacionais para alcançar um cargo de liderança na mesma companhia. É o caso de Eduardo Takeshi Nozawa, que em 15 anos, avançou de estagiário a responsável pela divisão de oftalmologia do laboratório Abbott. Isso se deve a vários fatores que influenciaram o mercado de trabalho nos últimos 20 anos, como as crises financeiras, que obrigaram as empresas a buscar estruturas mais planas, sem muitos níveis hierárquicos, e a evolução da tecnologia da informação, que permitiu o aumento da produtividade sem contratar mais mão de obra.

“Até a década de 1990, você tinha um acordo psicológico entre a empresa e os colaboradores. [O colaborador pensava] ‘eu vou trabalhar na mesma empresa a vida toda. Eu dou a lealdade e a empresa me devolve uma garantia de emprego’. Isso mudou”, observa Carlos Siqueira, diretor da prática de remuneração para América Latina do Hay Group, consultoria global de gestão de negócios.







No entanto, com o envelhecimento da população e os mercados emergentes, como o Brasil, apresentando crescimento constante, as empresas que abandonaram o planejamento das carreiras de seus colaborados enfrentam agora uma crise de talentos para ocupar os cargos de liderança. A falta de investimento na preparação em longo prazo do profissional de nível operacional para ocupar um cargo sênior obriga as companhias a buscarem pessoas de fora, que muitas vezes custam mais caro e exigem um tempo de adequação maior por não conhecerem a cultura da instituição, prejudicando a produtividade.

A crise de talentos preparados para liderar está fazendo com que cada vez mais empresas comecem a adotar um conceito diferente de planejamento de carreira, chamado de “mapa de trilha de carreira”, focado em preparar apenas aqueles que forem identificados como potenciais líderes. “As empresas começam a perceber que você precisa ter algum tipo de pensamento de carreira, para ter as pessoas certas nos lugares certos e não entrar em situações de falta de gente”, diz Carlos.

Fonte: IG





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