Preços para Smartphones caíram 60% entre
latinos desde 2010, diz GSMA. No Brasil, porém, pacotes de internet ficaram 25% mais caro no período.
O preço da banda larga
móvel no Brasil vem crescendo nos últimos anos e se tornou o mais caro da
América Latina, em um movimento contrário à tendência de queda nos preços
observada na região, apontou uma pesquisa da GSMA (associação internacional das
companhias de telecomunicações).
Segundo o estudo
"Banda Larga móvel e a base da pirâmide na América Latina", 149
milhões de pessoas com renda apertada poderão ser conectadas por meio da web
móvel, devido à queda nos preços de acessos na região.
A pedido da
GSMA, a Telecom Advisory Services comparou os preços dos pacotes mais
econômicos de internet móvel para modems e celulares em 16 países da América
Latina. Ao tabular a evolução dos valores ao longo de 2010 e 2013, os
pesquisadores constataram que a região presenciou uma queda na média dos preços
cobrados pelos pacotes.
Porém, na contramão da
tendência nos países latinos, os preços cobrados no Brasil não só cresceram
como fizeram do país o mais caro em duas das três categorias de serviço
analisadas.
Custando em torno de
US$ 32 (R$ 73,80) mais do que o dobro da média na região, de US$ 15,60 (R$ 36),
os planos para modems com franquia de pelo menos 1 Gigabyte (GB) são os mais
caros da região. O país também é campeão de preço em pacotes de banda larga
para celulares com franquia de pelo menos 1 GB, com preços de US$ 24,70 (R$
57), enquanto a média na região é de US$ 14,44 (R$ 33,20).
Em ambas as
categorias, o país não estava nem perto de ser o mais caro na região em 2010,
quando o preço da banda larga para modems no Brasil era apenas o oitavo mais
caro e, para smartphones, chegava a ser o quarto mais barato.
Desde então, os
preços para modens caíram 25% entre os latinos, enquanto no Brasil dispararam
66%. Já os valores dos pacotes para smartphones despencaram quase 60% na
região, enquanto os serviços no Brasil ficaram 28% mais caros.
Competitividade
A única categoria analisada em que os preços do Brasil não são os mais caros é
a banda larga para smartphones com franquias de ao menos 250 MB (Megabytes). No
país, a média é de US$ 5,90 (R$ 13,60). Nesse segmento, os pacotes no mercado
doméstico caíram além do índice registrado entre os latinos. Os preços de 2013
são 30% do cobrado em 2010, enquanto a média na região é de preços em torno de
48% do cobrado há três anos.
Segundo a
pesquisa, o acréscimo de competitividade na região foi o fator que derrubou os
preços. Citam como exemplo a Costa Rica, onde pacotes de banda larga para
smartphones de 1 GB custavam US$ 20,34 (R$ 46,90) em 2010, quando o país
possuía apenas uma operadora. Caíram para US$ 13,56 (R$ 31,25) em 2011, com a
entrada de duas empresas. E, com a disputa entre elas pelo mercado, despencaram
para US$ 7,94 (R$ 18,30), em 2012, e para US$ 5,05 (R$ 11,65), em 2013, o mais
baixo da região.
Paradoxalmente,
o estudo aponta o Brasil como um país onde a competitividade é alta. Segundo
Raul Katz, responsável pelo estudo, a explicação é que os planos de 1 GB
aumentam a pressão na rede móvel, que já está estressada pelo explosivo
crescimento da conectividade no Brasil. Em junho, a banda larga móvel chegou a
74,1 milhões de acessos, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Já os planos para smartphone
de 250 MB são "menos pesados em capacidade". "Então os
operadores tentam limitar o crescimento da oferta de grandes capacidades
enquanto competem em um produto mais leve. É por isso que o preço desse produto
está caindo enquanto nos outros estão crescendo", afirmou Katz ao G1.
"Se as
operadoras tivessem acesso a mais espectro, elas poderiam acomodar uma maior
demanda para dados móveis em suas redes e ficarem mais confortáveis para
competir em produtos com capacidades maiores (o que levaria a preços menores)completa.
Em maio, na Copa das Confederações, as operadoras de telecomunicações enfrentaram o teste de fogo para a banda larga de quarta geração, o 4G, que opera na frequência de 2,5 GHz licitada no ano passado. Durante a competição, 14% das comunicações feitas pela internet móvel já utilizaram a tecnologia.
Em maio, na Copa das Confederações, as operadoras de telecomunicações enfrentaram o teste de fogo para a banda larga de quarta geração, o 4G, que opera na frequência de 2,5 GHz licitada no ano passado. Durante a competição, 14% das comunicações feitas pela internet móvel já utilizaram a tecnologia.
Além disso, o
governo prepara uma nova licitação para acomodar uma nova operação do 4G. Para
2014, as faixas de frequência de 700 Mhz devem ir a leilão.
Fonte: G1